Bruno Horta / 17-01-2022 - Opinião 

O noticiário político da Macaé ficou movimentado durante a semana que passou, principalmente por uma postura mais forte do prefeito em relação aos péssimos serviços prestado pela SIT. O consorcio originalmente formado pela Macaense, Líder e São Cristóvão, as três empresas que operavam o transporte público antes da formação do Sistema Integrado de Transporte, operou por muitos anos sem uma ação direta do prefeito ou vereadores para que o sistema melhorasse ou acabasse.

Com a data de validade marcada para o distante ano de 2025 o grande número de reclamações fez com que políticos se posicionassem em relação a essa concessão. E se colocando no lugar do atual prefeito, fica claro entender porque é mais fácil, agora, tomar uma medida dura em relação aos serviços. 

Se nos imaginarmos no lugar do atual prefeito, podemos encontrar muitos motivos para levar a sério a intenção de tirar a SIT de Macaé. Primeiro pelo rompimento político de Welberth com o ex prefeito Aluísio Jr. O ex prefeito renovou o contrato com a SIT e se tornou um dos responsáveis pela continuidade péssimo serviço. E ainda pelo grande número de reclamações da população, tanto pelos canais oficiais da prefeitura, tanto como pessoalmente. Toda vez que o prefeito vai as ruas é abordado com cobranças sobre os serviços públicos. E os atrasos, quebras de ônibus e falta de segurança e conforto estão sempre entre as cobranças, por tanto é muito mais interessante para um político atender a população, do que manter boa relação com uma empresa que só traz problemas para a população. 

E Welberth entra em um caminho sem volta, depois de várias declarações, inclusive na imprensa regional, de que vai fazer de tudo para tirar a SIT de Macaé e que estará ao lado da população denunciando os péssimos serviços e por consequência pedindo a quebra do contrato. O prefeito já divulgou que no primeiro semestre deste ano pretende realizar a nova licitação do transporte. Em seu planejamento estão a realização de uma audiência pública, afinal a população precisa oficializar as suas queixas, uma consulta popular, onde a população vai dizer claramente e na forma da lei o que quer e finalmente a licitação. Certamente a SIT irá procurar meios jurídicos para que isso não aconteça, mas o principal argumento da prefeitura vai ser a vontade popular. 

E o que esperamos como resultado? O fim da SIT e a abertura da concessão de transporte para mais de uma empresa, na verdade, para o maior número de empresas possíveis.

No legislativo Amaro Luiz está presidindo a CEI (Comissão Especial de Inquérito) sobre a BRK, empresa que detém um número de reclamações tão alto quanto a SIT. Com suas contas altas, sua falta de atendimento e suas obras intermináveis. Amaro Luiz tem a oportunidade de dar respostas que a população tanto precisa. A repercussão pode ser muito positiva e o vereador tem a chance de realizar um marco na sua carreira e um benefício imenso para a população, principalmente para os mais pobres. 

Como observador crítico tenho um medo em relação a CEI da BRK: O tempo tem passado e os resultados precisam aparecer. O outro lado da moeda, lado ruim, seria se a CEI concluísse o que todo mundo já sabe. O que precisamos é que a CEI forneça argumentos para mais uma quebra de contrato e que Macaé possa gerir sua própria água e seu próprio esgoto. 

Nesta segunda feira dia 17 a CEI promete iniciar uma série de transmissões ao vivo dos depoimentos dos convocados, esta sim, uma ação que pode produzir muito efeito positivo para Macaé. Espero apenas que os convocados não levem grandes apresentações em Power Point e com isso usem o espaço para fazer sua autopropaganda. Como já fizeram secretários e a ENEL em convocações inúteis e sem resultados práticos para quem sofre com os serviços ruins.

Espero realmente que esse primeiro semestre de 2022 seja de mudança para a população, que a SIT acabe, que a CEDAE saia de Macaé, que a BRK perca seu contrato, que a ENEL indenize as pessoas por suas perdas devido ao péssimo serviço de abastecimento de energia. E se os políticos que conduzirem essas mudanças colherem frutos eleitorais destes feitos, que colham, pois é melhor eleger quem mostrou trabalho do que quem apenas promete.