Foto: Bruno Campos

Bruno Horta / Opinião política


Quando todos nós pensávamos que a pandemia estava se tornando um fato cada vez mais distante e sob controle, eis que surge a variante Omicron. O mundo vira de cabeça para baixo novamente, com a alta taxa de contaminação e felizmente baixa letalidade. Macaé não fica de fora.


Sabemos que Welberth assume a prefeitura no meio de uma pandemia e quando digo "sabemos", estou incluindo prefeito e vereadores. Sendo o candidato apoiado pelo ex prefeito, que até então estava muito bem avaliado pela forma dura de combate a pandemia, Welberth, logo no início de seu mandato, dá continuidade a política de flexibilização, não renovando medidas do ex prefeito e abrindo controladamente comércio e serviços. Afinal o confuso Covidímetro, mostrava as quedas nos índices de internação, transmissão e letalidade. 


O prefeito montou um comitê de combate a Covid, presidido pelo saudoso Dr. Eduardo Cardoso, e seguiu fielmente as orientações deste conselho. Recebeu pressão de todos os lados. Parte da sociedade acusava o prefeito de flexibilizar demais, outra parte pedia mais flexibilização. Acompanhamos diversos debates e questionamentos que voltaram a pauta do dia. Transporte público, igrejas, festas, escolas toda essa luta pelo que cada seguimento acredita aconteceu no início da variante Delta e volta ao debate agora com a Omicron.


Mas ainda olhando para o passado recente. Um pouco antes da chegada da Delta, Welberth deixou o comitê de Combate a Covid quase desmobilizado e passou a publicar decretos de acordo com suas conversas com setores da sociedade. Foi assim com academias, casas de festas, igrejas, etc. Mas com a chegada da Delta demos muitos passos para trás. As escolas que chegaram a abrir por um dia foram logo retornadas para aulas remotas. As festas clandestinas tomaram conta dos bairros (ricos e pobres) e o governo municipal, com a pouca capacidade de fiscalização, que quase todo governo tem, pouco pode fazer para controlar quem insistiu em desrespeitar os decretos.


E agora que estamos, as vésperas da volta as aulas o debate se acende novamente. É claro que vivemos um outro momento, afinal as vacinas estão disponíveis, incluindo agora as crianças maiores de 5 anos. Adultos, em grande parte, com o esquema vacinal completo e uma boa parte da sociedade que já entendeu que precisamos ser conscientes e cumprir as medidas sanitárias para que possamos sair desse triste momento.


Governar é um grande desafio, ainda mais em tempos em que não temos uma história recente para nos apoiar nas decisões. E a função do governo eleito é ouvir a todos e decidir. Com a decisão que se toma sempre se agrada a uns e desagrada a outros, são os ônus de se governar. Mas entender que quem não ficou satisfeito vai protestar, criticar e reclamar, também é parte de um processo inevitável e saudável. Saudável enquanto permanecemos na esfera pública e política, porque a vida particular de cada um, somente a cada um diz respeito.


Para fechar o artigo de hoje quero destacar o fato inusitado que o vereador Alan Mansur proporcionou. Longe de ser uma ilegalidade, mas apenas no campo da curiosidade, o vereador começou a fazer requerimentos ao governo, listando as indicações que não foram respondidas. Como o vereador se diz da base de apoio ao governo, ele vai colocando o prefeito em uma situação delicada. E a nós, que acompanhamos a política uma pergunta: 
- Será que não atendendo o requerimento, o vereador vai fazer uma lei para que atenda as indicações e requerimentos dele?