André Longobardi / Opinião Política

Com o crescimento vertiginoso das redes sociais, muita gente descobriu uma nova forma de vida, ou seja, um mundo virtual que passou a ser mais importante e valioso que a vida real.

A coisa evoluiu tanto, que surgiram vidas paralelas através de "avatares" ou universos paralelos denominados "metaverso", gerando muitas oportunidades, profissões e sobretudo, lucrativos negócios.


Nesse quesito, onde o virtual ganha contornos e projeções incalculáveis, saíram na frente aqueles que conseguiram encontrar caminhos que os levam a um número cada vez maior de público, seja através de seguidores ou visualizações. Profissões como "youtubers" ou "influencers" passaram a render grandes cifras aos que caíram no gosto popular, quer seja no entretenimento, na política, através de dancinhas, ou até no vídeo "pastelão", onde o conteúdo pode ser qualquer besteirol que resulte em muitas visualizações e uma boa monetização por parte da plataforma que vende anúncios.


Dessa forma, ou melhor, nesse novo ambiente, você vale o número de seguidores que possui, não importando o tipo de conteúdo que expõe, o negócio é alastrar "views".


Então começou uma corrida desenfreada por boa parte dessa geração, por crescimento virtual nas redes sociais, afinal nesse ramo, o sucesso está condicionado a mídia digital e se conseguir explodir no digital, muito dinheiro entra nos bolsos dos autores do material. 


Como tudo na vida tem seu lado bom e lado ruim, no mundo virtual não seria diferente, e entre muitas informações falsas, conteúdos inverossímeis, exposições de futilidades, criou-se uma cultura de LACRAÇÃO.
Mas o que seria isso? Uma espécie de "vale tudo" para ganhar notoriedade virtual, uma espécie de sentença digital onde o protagonista do conteúdo se investe de uma autoridade que não tem, e emite uma opinião ou um ponto de vista como se fosse o dono da verdade, o "lacrador".


Isso tem gerado muito lixo na mídia e uma enorme poluição nas redes sociais, mas pouco importa ao lacrador se o que ele(a) fez foi certo ou errado, respeitoso ou desrespeitoso, moral ou imoral.  O importante é viralizar, porque isso traz fama e dinheiro.


Quem não viu nas redes sociais vários artistas defendendo o "fica em casa" logo no início da pandemia, com vídeos aparentemente sérios e preocupados com vidas humanas e no apagar das luzes, fazer shows superlotados sem nenhum distanciamento? Ou aquele exemplo do governador de São Paulo que decretou "Lockdown" no seu estado e foi flagrado na piscina de um hotel no Rio cercado de muitas pessoas? Mas o pior exemplo tem sido a circulação de vídeos de cantores tentando lacrar e para tal,  incitando seus públicos durante os shows a gritarem "hei Bolsonaro, vai tomar no ..." só para ganhar as redes sociais.
Se essa "ondinha" de lacração não for contida, ou pelo menos regrada de alguma forma, o ambiente virtual pode se tornar um cenário pior que o mundo real, porque ao invés de informar, desinforma, ao invés de educar, deseduca, e ao invés de propagar uma liberdade de opiniões,  pensamentos e culturas, promove uma manipulação com propósito único e exclusivo de obter notoriedade através de "views".
Se quisermos viver numa democracia de fato e de direito, devemos respeitar os representantes eleitos pela maioria, quer gostemos ou não.


É indispensável que culturalmente, passemos à nos preocupar mais com o futuro coletivo e menos com os interesses individuais.


Esses pseudo artistas que deixaram de receber grandes somas de  dinheiro fácil que antes recebiam para promover políticos corruptos, agora, incitam os incautos à denegrir a imagem do Presidente legitimamente eleito pelo povo.


Me refiro ao comportamento indecoroso de boa parte da classe artística mal acostumada com a fonte de recursos públicos que outrora jorrava indiscriminadamente.


É de dar asco !