Bruno Horta / Opinião Política


Nesta segunda feira, dia 07 de fevereiro, retornam as aulas no município de Macaé, tanto na rede privada quanto na pública e mais uma vez as opiniões se dividem. Só que desta vez e cada vez mais, não vejo uma divisão de opiniões na forma de metade ser a favor e metade ser contra, percebo, aqui da minha bolha social, uma minoria que se posiciona contra a volta presencial das aulas. E colocando ainda mais foco no assunto, a maior parte dessa minoria está no ensino público. Talvez no ensino privado as possibilidades de manifestação sejam menores e isso deve ser considerado.


Não tenho e acredito que ninguém tenha, condições de dizer o motivo deste quadro, pois qualquer tentativa de fazer esse julgamento é certamente um fracasso. Pois não se pode dizer o que alguém pensa, esse posicionamento cabe apenas aquele que é dono de suas ideias. A única forma de se falar pelos outros é o que conhecemos pelo nome de democracia participativa. Só que não é o caso que trato aqui. 


Um profissional de ensino que prefere não participar das atividades profissionais presenciais porque se sente inseguro nesse momento pandêmico, tem razões muito claras para isso, que é o medo da contaminação e da morte. Quando a vacinação completou seu ciclo e os adultos e adolescentes estão totalmente imunizados essas condições para a volta ao trabalho presencial foram conquistadas, sempre lembrando a exceção das pessoas que não podem receber a imunização, como são os casos de pessoas alérgicas a componentes das vacinas, felizmente um número bem pequeno. 


Chegando ao motivo principal dos debates de hoje em dia. Para a volta das aulas de forma total, temos incluídas as crianças de 5 a 11 anos que ainda estão no processo de vacinação e com índices muito baixos de comparecimento. Nesse ponto o debate fica ainda mais claro para quem defende que não há as condições completas para garantir total segurança a essas crianças. Nessa faixa etária estamos ainda na primeira dose e logo depois será o calendário da segunda dose, os estudos dizem que a dose reforço pode não ser necessária para essas crianças.  Portanto esse questionamento tem crescido muito para que a prefeitura seja mais sensível em relação a esses casos. Alguns munícios, como Campos dos Goytacazes, anunciaram a volta as aulas sem as crianças menores de 11 anos. E muitos defendem que, em Macaé, essa prática seja a mais adequada nesse momento.


Ainda temos um grupo ainda mais sensível, porque precisam receber ainda mais cuidados, são as crianças abaixo de 5 anos, que frequentam a pré-escola e as creches. De acordo com o plano municipal esse grupo também retorna as aulas normalmente e isso motivou ainda mais questionamentos, por parte de pais e responsáveis, quanto a segurança desta medida. Parece que chega o momento do governo se aproximar ainda mais dos pais destas crianças e ouvi-los. Do que dos técnicos e agentes públicos. Até porque esse é o comportamento que se espera de quem ocupa um cargo eletivo.


Já pelos lados do legislativo é possível perceber uma harmonia com independência. Ao mesmo tempo que vereadores tem contribuições e indicações para o governo, também se derrubam vetos e se promulgam leis. Não vejo motivos para criticar quando vereadores indicam cargos no governo, mas as críticas são importantes quando essas indicações não se traduzem em bom serviço prestado a população. Já nas sessões da Câmara é comum os vetos do prefeito a projetos de vereadores que estão na base do governo, sem que isso se transforme em uma guerra política onde ninguém ganha e só a população perde. E mais recentemente o presidente Cesinha promulgou uma lei formulada pela Vereadora Iza Vicente que depois de ter o veto do prefeito derrubado, não foi publicada pelo prefeito. Cesinha cumpriu o ordenamento legal e publicou a lei. Nem por isso se percebeu um estremecimento nas relações entre o Chefe do executivo e o presidente do Legislativo.